Majalah PowerPlay

Após 7 anos, o hóquei, o  primogênito do PPM, vem ganhando uma nova cara no Brasil. Renomados times antigos vão botificando... novas equipes vão surgindo... Nem tantas equipes novas é verdade, mas ainda não nos tornamos uma Irlanda.

O cenário é preocupante não só pela queda de usuários, mas também porque a nova geração tem se revelado um pouco precoce e perdulária no mercado de jogadores. Se desviando do caminho de concentrar investimentos em instalações e arena, preconizado pelos usuários mais antigos e tutoriais do PPM. Vê-se equipes muito novas montando esquadrões fortes e caros, fazendo campanhas impressionantes nas divisões de acesso, mas que ao chegarem na elite não conseguem campanhas alem de medianas, entrando numa rota rumo à falência.

No começo talvez até consigam conciliar investimento em infraestrutura e nos jogadores, mas a medida que as atualizações de instalações vão ficando mais caras, essas acabam preteridas. E a carência de equipes estruturadas afeta a revelação de jogadores para as seleções de base, que ultimamente sofrem para preencher todas as posições. Os jogadores que compõem a U18 e U20 advém de apenas 11 equipes e 4 delas já se tornaram bots.

A Revista PP elaborou um ranking entre as equipes que possuem duas temporadas ou mais completas, onde busca demonstrar o nível de progresso em infraestrutura dos brasileiros. As instalações consideradas mais importantes (Area de treinamento, Academia de Esportes, Departamento de RH, Sala de Fisioterapia) e arena recebem um peso maior que as demais).

Com a potencial extinção definitiva da divisão III daqui a algum tempo, o caminho para a primeira divisão nacional se torna curto e relativamente simples. Todavia, a elite nacional já tem seus “donos” e almejar grandes conquistas de imediato é algo difícil e suicida. Com pouco dinheiro você pode até formar uma equipe com 17 John James's...

Isso lhe dá um AG médio parecido com os principais jogadores do Torradas, 5º colocado na temporada passada. E também lhe dá uma dor de cabeça - uma folha salarial semanal de 8,7kk, sem contar os outros custos com funcionários e manutenção.  Patrocínios com valores superiores à esse demoram a surgir sem um bom departamento de RH e/ou AGT elevada. A menos que você tenha um xêique árabe por trás você não terá dinheiro suficiente pra arcar com esse time por muito tempo.

Não entendam mal, esse artigo não quer desencorajar você novato a tentar alguma coisa no hóquei. Você pode e deve sonhar em estar entre os 8 que avançam ao playoffs pelo titulo da I.1, pódio de CN, vaga em CIs, etc., mas tudo deve ser feito com calma, um passo de cada vez. Pegar um manager pelo caminho não é tarefa simples. Ao longo das 25 temporadas do hóquei apenas 9 equipes fundadas após a T1 chegaram aos playoffs da I.1 - Ragnabolg (T3), EsmeraldYnos (T2), RHM83 (T3), Hulk Esporte Cube (T2), Monte Azul Ducks (T3), Grêmio (T3), Campos Coyotes (T5), Eagles Field (T4), Besouros (T2). Ainda assim, como puderam ver, não são tão recentes, ambas nascidas até meados da primeira década do esporte. O que conseguiu o feito mais rápido foi o Monte Azul Ducks, que após 8 temporadas alcançou um 7º na T11. O Hulk Esporte levou 16 temporadas para ser o primeiro a conseguir um Top 4 na fase regular. E o Esmeraldynos alcançou o resultado mais significativo, um vice campeonato na T22, 20 temporadas após a fundação.

Esteja atento à página de finanças de seu time. Ele deve funcionar assim como uma empresa, precisa fechar a semana com lucros. Esses lucros viram capital de giro, a ser direcionado pra aprimoramento das instalações e por que não do elenco (com responsabilidade, claro). O resultado da boa gestão vem com o tempo, então, já dizia mestre Yoda, “paciência jovem padawan”, e, por agora, procurem irem avançando no ranking de infraestrutura dali de cima.