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Nas últimas semanas tem-se falado muito na comunicação social sobre a importância das academias e do número de atletas estrangeiros nos planteis. Esta temática pode perfeitamente enquadrar-se com o nosso jogo. Fizemos um estudo das equipas da Liga I de andebol de Portugal e verificamos duas realidades distintas. A Tabela seguinte mostra o número de estrangeiros de cada equipa e a respetiva percentagem relativa no plantel.

Existem equipas que apostam, de uma forma clara, nos jogadores portugueses enquanto outras procuram as suas mais-valias em mercado. No entanto quando se observa o investimento destas equipas nas suas academias desportivas e nos seus campos de treino as diferenças são mínimas. Mas de que forma estas equipas produzem jogadores para a seleção portuguesa? Vejam a tabela seguinte:

Não quisemos, de modo algum, criticar uma ou outra política, mas sim perceber as estratégias dos nossos treinadores. Para isso decidimos ouvir as diferentes opiniões. Ouvimos Sarmento, manager da equipa Sporting 1962, deviljp manager da equipa Desportivo de Chaves e ainda Larsson22 manager da nossa seleção nacional. Pedimos que nos falassem sobre os jogadores nacionais/estrangeiros, da importância da academia desportiva e da utilização de jogadores na seleção nacional. Aqui temos as respostas.

Para Sarmento, a aquisição de jogadores estrangeiros deve-se ao facto dos “ portugueses de qualidade que tem não lhe garantem os resultados que pretende na I Liga. No entanto o mercado anda "louco" vejo jogadores da mesma qualidade dos meus e de qualidade inferior a preços exorbitantes.” No que diz respeito à Academia Desportiva afirma que a sua importância “é enorme e decisiva” tendo “investido nela” “no entanto só me saem 1 ou 2 craques por época, o que é manifestamente pouco! Daí apostar no mercado.” O facto de ter jogadores na seleção “é muito bom, em termos de treino e prestígio”.

Deviljp diz que a grande vantagem de “apostar em jogadores da academia é que não é preciso gastar "rios de dinheiro" para contratar bons jogadores, sendo o custo médio por jogador muito mais baixo do que aquele que se obteria indo ao mercado. Também há a vantagem de os salários serem mais baixos, mas acho que isso não tem muita importância. A grande desvantagem é que temos de confiar na sorte, que nem sempre é a melhor.” Para deviljp uma desvantagem é o facto de não ser “possível controlar a posição dos jogadores que nos saem na academia”, no seu caso o “guarda-redes titular ainda é o mesmo desde o início do jogo”. A estratégia deste manager no que diz respeito à Academia Desportiva é a de “apostar forte na academia, de modo a poder "tirar" os melhores jogadores possíveis” mas “se tivesse ido ao mercado, teria agora melhores jogadores” mas afirma convicto que “a longo prazo, a minha aposta na academia vai compensar”. Para deviljp, “ter jogadores na selecção nacional é muito bom para a equipa. Não só por esses jogadores receberem um bónus de treino e experiência ao jogarem, mas também por ser uma questão de prestígio ter jogadores com qualidade para estar ao serviço da selecção”.

Para Larsson22, o nosso selecionador, o facto de as equipas terem mais ou menos estrangeiros “é um pouco indiferente, o importante é que os Portugueses de qualidade joguem e sendo de qualidade não tenho duvida que jogarão, mesmo que o restante plantel seja apenas composto de jogadores estrangeiros”. Relativamente à Academia, ele afirma que “é da academia que vêm os jogadores, pelo que é essencial termos uma academia o melhor possível de forma a aumentar as probabilidades de nos aparecerem alguns craques” porém alerta que os grandes jogadores “não aparecerão com a frequência que muitos achavam, mas sem dúvida que acabarão por aparecer”. Quanto à importância, para os clubes, de terem jogadores nas seleções são “apenas aspectos positivos” pois “recebem dinheiro por estarem na seleção, ganham experiência e treino extra, provavelmente também valorizam numa futura venda”.

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Um abraço