PowerPlay Revija

Portugal deslocou-se à Dinamarca para mais um jogo de preparação para o mundial que se avizinha. Depois de um duplo confronto com a Espanha jogado com a espinha dorsal da nossa selecção, o seleccionador nacional Xxflip decidiu para este jogo dar oportunidades a alguns jogadores menos utilizados e inclusivamente promoveu algumas estreias na equipa nacional. Antes do jogo, Xxflip referiu que "Vamos defrontar novamente a Dinamarca. Os jogadores escolhidos para esta jornada são mais uma vez aqueles que, na nossa opinião, precisam de ganhar ritmo de jogo e entrosamento no nosso esquema, bem como aqueles que têm o maior potencial de desenvolvimento. O resultado será mais uma vez a menor das nossas preocupações, apesar de, com o conjunto seleccionado, pretendermos obter o melhor rendimento possível. Durante a semana decidimos chamar mais três jogadores, entre os quais 2 defesas e 1 guarda-redes. De entre todos os jogadores que observamos esta época estes foram aqueles que melhor se inseriam na selecção, pelo que optamos por desde já lhes dar esta oportunidade."

Foi assim um Portugal diferente do habitual que se apresentou perante os 5.450 espectadores do Sportscenter. Mantendo apenas 5 dos jogadores utilizados no duplo confronto com a Espanha, o seleccionador nacional promoveu a estreia de 4 jogadores na equipa nacional: Francisco Lobato, goalie dos Axadrezados (jogou o derradeiro período e o prolongamento), Alexandre Campos, ala do Laetus, Marcelo Novo e Cláudio Guedes, ambos defesas dos Infis. Sangue novo na equipa nacional, que souberam aproveitar a oportunidade e deram boa conta do recado.

O início do jogo foi bastante táctico, ambas as equipas jogavam na expectativa procurando aproveitar o erro do adversário para marcar primeiro. Ambas as equipas não conseguiram aproveitar uma situação de power play, mas na 2ª penalidade cometida pelos dinamarqueses Portugal passou para a frente ao minuto 11. Tiago Mourinho iniciou a jogada, passou para Assis Simão que assistiu Mário Costa para o golo inaugural. Naturalmente os dinamarqueses reagiram, mas Portugal defendia-se bem e manteve-se na liderança do marcador até ao minuto 18 quando uma perda de disco na nossa zona defensiva resultou no golo do empate, resultado que justamente se manteve até ao final do período.

A Dinamarca entrou a todo o gás no segundo período, dispôs de várias oportunidades de golo e encostou a equipa nacional às cordas, mas Alan França mostrou todo o seu valor não permitindo que os dinamarqueses marcassem nem mesmo quando por 2 vezes Portugal jogou em inferioridade numérica. Portugal equilibrou a contenda na parte final do período, também teve oportunidades para marcar mas também não conseguiu superar o goalie dinamarquês. Ficou assim a decisão para o período final, período onde Francisco Lobato se estreou na equipa nacional aparecendo no lugar de Alan França.

Aos 43 minutos os dinamarqueses colocaram-se em vantagem, aproveitando um faceoff ganho no ataque, resultado que nesta altura já se justificava face ao domínio de jogo da equipa da casa. Mas aos 50 minutos, uma intercepção de Júlio Silva colocou o disco em Marcelo Novo que assistiu Renato Amorim para um remate de primeira, e o empate a 2 estava feito. Infelizmente o empate não durou muito, pois aos 54 minutos os dinamarqueses aproveitaram um power play para se colocarem na frente. Após 6 penalidades cometidas pela equipa nacional, finalmente os dinamarqueses conseguiram aproveitar para marcar. Tudo indicava que o resultado estava feito, mas a 7 segundos do final Nando Esperança aproveitou uma jogada algo duvidosa onde Pedro Sanchez derrubou o goalie adversário para empatar e assim levar o jogo para prolongamento. Alguma sorte para a equipa nacional.

No prolongamento, mais uma vez quando já ninguém esperava que o golo acontecesse Portugal marcou a 6 segundos do final. Rodolfo Correia Castro passou para Tiago Mourinho que viu o seu remate desviado pelo patim de um defesa directamente para Vidal Parreira que não teve grandes dificuldades em marcar o golo da vitória lusa.

Vitória com alguma sorte para a equipa nacional, mas todos sabemos que existe jogo até ao último segundo de cada período. Mário Costa com 1 golo e 1 assistência foi o MVP do encontro, destaque também para e excelente prestação do goalie Alan França com 96% de eficácia de defesa (22 defesas em 23 remates).

No final do encontro, o seleccionador nacional estava satisfeito com a equipa e com o resultado. Xxflip disse que "Foi um bom resultado, mais uma vez num jogo muito equilibrado com a Dinamarca. Tal como eles, utilizamos uma equipa secundária mas que deu muito boa conta de si, mostrando que temos alternativas caso haja necessidade de fazer alterações. Em termos de química estamos a conseguir atingir as metas pretendidas, o que nos deixa confiantes para o mundial. Gostaria de felicitar todos os treinadores nacionais pela gestão da energia que têm feito dos seus jogadores. Acredito que terão a necessidade de os utilizar de forma mais intensiva neste final de campeonato, mas o trabalho feito até ao momento leva-nos a crer que teremos uma das equipas menos penalizadas no mundial em termos de energia.

Por sua vez Ragoon, seleccionador dinamarquês, estava desapontado com a pouca sorte da sua equipa: "Penso que não tivemos muita sorte com o resultado, devido ao golo do empate ter surgido quase no final do 3º período e devido ao golo do Vidal Parreira a 6 segundos do final do prolongamento, mas são coisas que acontecessem no hóquei. Mesmo assim foi uma impressionante prestação de Portugal com bastantes jogadores novos em pista e estou ansioso pela desforra na próxima semana em Portugal".

O próximo jogo é novamente contra os dinamarqueses, que nos devolvem a visita no próximo sábado. Esperemos então por nova vitória da nossa equipa.