#TBT Copa do Mundo T29 (Basquete)
Nesse inicio de temporada tivemos as despedidas de Tarciso Assis e Carlo Mattos da seleção brasileira de basquete. Lá se foram os últimos campeoes mundiais que restavam no elenco.
O Fato é um bom gancho para voltarmos pouco mais de 10 temporadas atrás e revivermos aquela histórica conquista.
Eu tenho certeza que alguem lerá esse artigo numa quinta-feira e o titulo não estará equivocado.
Os campeonatos mundiais seniores, ou mesmo os de base, não tiveram muitos campeões diferentes do grupinho que desde os primordios do esporte estabeleceu seu dominio (Eslovaquia, Hungria, Letonia, Tchequia, China, etc. vocês sabem)
Portugal surpreendeu a todos na T14 ao bater a Eslovaquia na decisão, e na temporada anterior ao nosso caneco a Lituania se infiltrava entre as grandes forças.
O Brasil também não era um coitadinho no cenário mundial . Tinhamos uma segunda década do jogo bem proveitosa. A barreira das oitavas-de final finalmente havia sido ultrapassada. Na T28 haviamos alcançado as semifinais, inclusive.
As equipes mais fortes do mundo na época eram Lituania, Rússia e Hungria que ultrapassaram a marca de 180 em força na temporada. O Brasil podia incomodar, vínhamos pouco atrás num numeroso 2º pelotão, como um Giancarlo Fisichella em seus tempos de Renault, um fundista do Cruzeiro na São Silvestre. Manipulando um pouco o tempo de quadra dos principais jogadores fizemos 177 no jogo da 2ª rodada das eliminatorias contra a Rússia, a 4ª melhor marca da temporada entre as seleçoes. Todavia são muitos percalços para se conseguir chegar ao topo do pódio, muitas seleções equivalentes, ou mesmo o trio de poderosas, a Lei de Murphy, etc. Precisa-se de uma mãozinha do universo, uma comunhão dos astros, para que o êxito não necessite de uma sorte de um novo milionario de loteria.
A temporada já começou de maneira um tanto quanto curiosa, com o sorteio da eliminatórias reunindo as seleções sulamericanas + a Russia. Um grupo bastante camarada, com os russos atuando de importância e os clássicos continentais não exigindo muita energia dos nossos principais. A classificação final no entanto terminou foi um raro quadruplo empate 5-3 , no qual nos saímos bem no point average.
Pos | Time | GP | W | L | Pts | PF:PA | GAvg | Pct |
1 | Argentina | 8 | 5 | 3 | 13 | 724:617 | 1.17 | 0.625 |
2 | Brasil | 8 | 5 | 3 | 13 | 700:627 | 1.12 | 0.625 |
3 | Rússia | 8 | 5 | 3 | 13 | 639:585 | 1.09 | 0.625 |
4 | Chile | 8 | 5 | 3 | 13 | 698:644 | 1.08 | 0.625 |
5 | Venezuela | 8 | 0 | 8 | 8 | 562:850 | 0.66 | 0.000 |
O Mundial...
Hora da onça beber agua e o sorteio parecia satifatório. O Grupo A nos reservaria apenas duas grande forças teoricamente: Russia, Bulgaria. Nós, no grupo B, tínhamos que lidar com grandes adversários, mas a classifcaçao não deveria ser ameaçada por Portugal e Espanha. Dava-se pra imaginar uma caminho parecido com o da temporada anterior, e aí quem sabe um plot twist aprazivel na semifinais.
Brasil | Polônia | 80:79 |
Na estreia do mundial, uma vitoria pela vantagem mínima, mas importante para se estabelecer a confiança. O time se manteve sempre a frente do placar, graças a uma boa atuaçao no perímetro.
Portugal | Brasil | 69:80 |
No segundo dia vitoria protocolaar contra Portugal, conseguindo poupar alguma energia e os principais jogadores.
Brasil | Lituânia | 77:59 |
Hora de encarar os cabeças-de-chave do grupo. Aqui uma decisão importante a tomar para sucessão da competição. Entrar de MB aceitando a provável derrota. Ou tentar a vitoria jogando de importância alta contando com uma ajuda dos deuses do basquete ou que os lituanos viessem de importância baixa. A resposta não é tão obvia, em tempos de elencos mais velhos tem que se refletir bastante sobre o tradeoff do gasto de energia, ainda mais objetivando-se jogar a semana inteira. Optamos pela 2ª opção e o gasto de energia não foi em vão; vencemos bem, com a colaboração na importancia dos lituanos.
Croácia | Brasil | 90:87 |
No 4º dia, aquele que seria o unico revés na competição. Uma vitoria que se desenhava primorosa, acabou-se descarrilhando logo no ultimo quarto. com direito a buzzerbeater. Infelizmente perdíamos a invencibilidade e a 1ª colocação do grupo.
Brasil | Espanha | 107:74 |
Pra fechar a 1ª fase, vitoria quase perfeita para retomar o 1º lugar do grupo mas não deu.
Teríamos um adversário um pouco mais complicado nas oitavas mas a configuração do mata-mata com a Russia do outro lado da chave parecia um belo premio de consolação (apesar que os russos acabariam eliminados precocemente nas oitavas pela negligenciia na importancia).
Oitavas-de-final | Ucrânia | Brasil | 93:96 |
Vitoria de ponta-a-ponta, sem a necessidade de usar importância maxima mas nem por isso tranquilo. Bela atuação da dupla de garrafão, mas não a titular. Nelinho Vingador contou com René Neves, que teve que cobrir Ricardo Serrano pendurado cedo com faltas, e correspondeu com um double-double.
Quartas-de-final | Brasil | Bulgária | 83:80 |
Contra a Bulgária a expectativa de equilíbrio em força, nada alem do esperado para uma partida de quartas-de-final (no final da contas os búlgaros ate eram ligeiramente superiores em força). A parida foi dura. Nossa seleção precisou correr atrás do placar e a virada veio com o garrafão bem incisivo novamente, dessa vez com a dupla principal.
Semifinal | Brasil | Lituânia | 84:74 |
Semifinal novamente! Algo já louvável, mas por que não mais?! O cenário naquela duelo contra a Esloaquia na T28 era bem desafiador. Contra a Lituânia então parecia quase impossível. Os lituanos haviam se preservado ao máximo durante a temporada usando MA somente no ultimo quarto do jogo anterior contra a Croácia.
Dificil diagnosticar a partida, alem do trivial "erramos menos". Simplesmente a pontaria dos lituanos esteve ruim, principalmente dos jogadores de rotação e a nossa esteve menos pior. Assim se deu uma maiores reviravoltas brasileiras no basquete, a tal sorte de vencedor de loteria que mencionava , e o essencial, no momento certo!
Era um noite frutifera, uma ocasiao de embriaguez do simulador, por que um crime também foi cometido na outra semifinal com a China massacrando a Hungria ante 13 de força a menos. Um resultado excelente para a nossa seleção, porque talvez não precisaríamos de outra overdose de sorte. Desconsiderando a força oculta chinesa que costumava agir em jogos finais, principalmente contra Eslovaquia's, o Brasil teria um adversario de igual pra igual na grande decisão, uma conjuntura inimaginável até para o mais otimista torcedor.
E aí um fato interessante sobre a final, digno de conspirações do Gunther Scweitzer chinês. O SG Xu Guanliang, na ocasião maior AG do mundo, mas que atuava cobrindo a armação chinesa se contundiu no dia da final. Joagaríamos uma final inédta e o éramos os favoritos.
Final | Brasil | China | 83:77 |
O 1º tempo da partida foi de favorito mesmo, construindo boa vantagem, graças ao desempenho nos arremessos 3 pontos.
Mas aí vem o 3º quarto e um balde de água fria na nossa euforia. Talvez a mudança estratégica que não surtiu efeito, a ausência do nosso craque Nelinho pendurado, ou a citada força oculta chinesa em finais.
Mas tudo não passou daquele penultimo ato dramático clichê de filme de esportes. O Brasil imprimiu uma reação no inicio do 4º quarto, Nelinho retornou pra sacramentar a virada, e de quebra Yu Yutong, o Nelinho deles saiu com a 5ª falta. Coube a Jurandir Esmeralda, ate entao zerado na partida, consagrar nossa vitoria.
É isso pessoal, esse é o enredo para uma conquista no PPM com uma seleção periférica. Um plantel satisfatorio evidentemente, uma boa gestão de energia, uma tabela de jogos que facilite essa boa gestão (não se descuidarem do ranqueamento, hein), e sorte nos momentos cruciais. Na temporada seguinte ao titulo, a T30, parecíamos seguir o mesmo roteiro, com um ajuste de sintonia fina inclusive, mas veio o deslize num jogo eliminatorio, nas quartas-de-final, o qual era plenamente vencível, e saímos de mão abanando.